"A disciplina antecede a espontaneidade." Emmanuel

13 maio, 2011

Nova Missão

Homens Alados! Sede Bem vindos! Com um sorriso de quem sabia por quais emoções havíamos passado, vinha meu amado Pai, nos receber. Abrindo o portão da garagem, nos cumprimentou um a um. Logo atrás, vinham, Marcondes, Fábio Monteiro e Nogueira. Ele adorava nos ver chegar curioso para ouvir nossas histórias.
Chegamos a varanda da casa na parte posterior e encontramos minha mãe a arrumar alguns quitutes para nós. Olá meu filho. Que saudade! Exclamava. Oi Mãe, não exagera. Dizia eu, beijando-a carinhosamente. Não se passaram tantas horas desde que saí de casa. Para mim sim. Não gosto de ficar longe do meu filhote. Respondia. Nos deixamos envolver por aquele ambiente, conversando todos animadamente. O começo de nossas carreiras, é pautado de muitas expectativas, muitos sonhos e esperanças que compartilhamos mutuamente, sonhos que nos dão o combustível necessário para superarmos quaisquer desafios que se nos interponham no caminho. Engraçado é que com o passar dos anos aquela luz nos olhos, aquela energia que nos movia, como que escorre por nossas mãos, insistindo em nos colocar na posição de simples mortais. O avanço tecnológico de que somos testemunhas, retira um pouco do encanto que tínhamos em dominar a arte de nos lançar ao espaço. Muitos se deixam levar pela apatia aparente. Alguns se transformam em verdadeiros burocratas do ar. Vão daqui para acolá, mecanicamente. Passaram a empurrar manetes. Apertam botões desinteressados. Como autômatos. E como se diz: “ Cabeça vazia, oficina do diabo”. Permitem se dominar pela queixa. Se queixam de tudo e de todos. Nada funciona. Pré ocupam-se dos problemas que cabem à outros resolver. Perderam aquele brilho no olhar dos seres alados, humanizaram. O coletivo sofre, adoece, empalidece. Com razão muitas das vezes. Precisam de outra missão. Urgente! Se antes nossa missão era a de quebrar as barreiras do espaço e do tempo. Estreitando os horizontes. Hoje acredito temos outra função. Quantos de nós tem a possibilidade de estar em três diferentes continentes em um espaço de dez dias? Quantos tem a chance de ver o mundo se deslocar sob nossos pés a 12.000 metros? Quantos de nós testemunham nas seguidas madrugadas o balé das estrelas e constelações orquestrado pela Suprema Sabedoria? Somos privilegiados! Enxergamos o mundo de outro prisma. Descobri observando o luar refletido sobre o Atlântico, que somos todos passageiros desta grande nave chamada Terra. A felicidade que tanto sonhamos conquistar é coletiva. Dependemos uns dos outros. Estamos todos interconectados de um modo ou de outro. Não importa se os continentes nos afastam. Se falamos línguas diferentes ou se a cor de nossas peles não é igual. Caminhamos todos juntos. Eis a nossa missão: Somos mensageiros da unidade. Animem-se! Temos muito o que fazer. A tarefa é nobre, tão nobre quanto a de nossos precursores que se lançavam outrora ao desconhecido, audaciosamente de maneira mais precária, desbravando horizontes. Deixemos o trabalho dos burocratas, eles sofrem por saber que não podem vencer a gravidade que os ata ao solo. Quanto a nós, Homens Alados, levemos aos quatro cantos deste globo o brilho no olhar que só àqueles que foi dado desvendar os mistérios do ar possuem. Sigamos unidos! Felizes! Juntos.



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